O que você precisa saber antes de começar a terapia?

Publicado dia 9 de março de 2021

Jéssica Kuhn

O que você precisa saber antes de começar a terapia? Quem já pensou em fazer análise certamente se deparou com algumas dúvidas. Foi pensando nisso que a i-PSI elaborou esse texto para você. Aqui você encontra as dúvidas e perguntas mais frequentes e suas respostas.

  1. Definitivamente, você não precisa ser louco para fazer terapia

Assim como cuidamos do nosso corpo, devemos também cuidar da nossa mente, e a terapia é uma das melhores formas para isso. Ela promove o autoconhecimento e pode proporcionar autoconfiança e autocontrole. É um presente que você dá a si mesmo. Ao menos uma vez ao longo da vida todos deveriam passar  por esse processo, eu recomendo.

  1. O terapeuta não é médico

De um modo geral, existem três tipos de  profissional que trabalham com a psicoterapia: psicólogos, psicanalistas e psiquiatras.

Deles, somente os psiquiatras, que são formados em medicina, estão autorizados a prescrever medicamentos.

  1. Você não precisará tomar remédios

Na grande maioria dos casos, não haverá necessidade de tratamento medicamentoso. Mas um paciente com depressão grave, por exemplo, pode ter dificuldades sérias até para acompanhar a terapia. Em casos como esse, que são a minoria, o terapeuta pode encaminhá-lo ao médico (psiquiatra ou neurologista) para que seja averiguada a necessidade de medicação.

  1. O vínculo faz diferença

Em 1913, O pai da Psicanálise, Sigmund Freud, foi o primeiro a notar a importância do vínculo entre paciente e profissional para o sucesso do tratamento. De lá para cá, inúmeros estudos comprovaram que a teoria é verdadeira, independentemente do método de psicoterapia escolhido.

  1. Terapia não é o mesmo que desabafo

Não, terapia não é um mero desabafo. A psicanálise é a cura pela fala. Então, quando você coloca suas angústias,  mágoas, medos, revoltas e tristezas para fora, num primeiro momento, sim, pode se parecer com um desabafo. Mas é muito mais do que isso. Através da escuta especializada de seu analista, você irá elaborar todos esses sentimentos e memórias que te machucam.

  1. Sua privacidade será preservada

O seu analista não sairá comentando de você e de seus problemas com outras pessoas. Jamais sairá contando seus segredos mais íntimos. Ele também não invadirá sua privacidade buscando informações suas no Google ou nas redes sociais, ou junto a outras pessoas. E se vocês se encontrarem por acaso em um local público, provavelmente ele esperará partir de você o cumprimento e aceitará muito bem caso você prefira apresentá-lo apenas como um colega ou conhecido.

  1. Você não será obrigado a falar sobre o que não quer

Não, claro que não. Nenhum assunto será tirado de você à força. Você irá falar sobre o que você desejar. E aqueles assuntos mais difíceis serão trazidos por você apenas se você quiser e quando você se sentir pronto para trazê-los.

A análise é um processo que se dá de forma natural e respeitando o tempo de cada um.

  1. A terapia não dá respostas prontas

Se você deseja respostas prontas, soluções imediatas e alguém que faça suas escolhas por você, a terapia não irá lhe satisfazer.

O psicanalista irá trabalhar com você para que você mesmo enxergue a melhor forma de lidar com as situações e tome suas decisões de forma autoconfiante.

  1. Você precisa fazer a sua parte e ser colaborativo

Nada acontecerá se você entrar mudo e sair calado. O ambiente do consultório e seu analista não farão nada por si sós. Você precisa estar disposto a colaborar com seu processo analítico, dando informações, falando tudo que vier à mente, trazendo suas questões e emoções para seu analista, numa relação de confiança. É preciso também que você esteja disposto a ouvir o que ele tem a te dizer e a levar em consideração o que por ventura lhe for sugerido por ele.

  1. Terapia é sinônimo de sofrimento e sessão de lágrimas 

Questões mal resolvidas podem vir à tona causando tristeza ou outro mal estar. Mas você verá que, surpreendentemente, muitas vezes, em vez de lágrimas, você e seu analista irão rir juntos.

  1. Leva tempo

Cada caso é único e portanto não há como definir previamente um prazo para o tratamento. Muitos problemas emocionais levam meses ou anos para se instalar. Sendo assim dificilmente são resolvidos da noite para o dia com a ajuda da psicoterapia. Trata-se de um processo complexo, como é a mente humana.

  1. O terapeuta não é coach

Muito menos guru! A tarefa central é produzir mudanças efetivas na vida do paciente, e isso envolve ajudá-lo a ser independente, inclusive do próprio terapeuta.

Pense no profissional como um co-piloto: ele vai estar ao seu lado para ajudar e apontar detalhes que podem passar despercebidos, porém quem está no comando (de sua vida) é você.

  1. Você interrompe quando quiser

Algumas pessoas têm a ideia errada de que, uma vez iniciada a terapia, ela durará por anos seguidos ou a vida toda. A terapia é um compromisso seu e você determinará junto com o seu terapeuta a periodicidade e a duração dela.

Lembrando que é importante que você ouça a orientação de seu terapeuta no que diz respeito à interrupção ou mesmo à sua alta.

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