“Corpo” leva ao teatro ideia freudiana de “estranhamento”
Publicado dia 4 de fevereiro de 2020
Numa entrevista à TV Brasil em agosto de 2014 disponível no site da emissora (http://tvbrasil.ebc.com.br/artedoartista/post/joel-birman-a-arte-mais-proxima-da-psicanalise-e-o-teatro), o professor e psicoterapeuta Joel Birman afirmava que “a arte mais próxima da psicanálise é o teatro”. E embasava sua afirmação lembrando que Freud introduzira justamente a linguagem teatral ao discurso da teoria que havia desenvolvido, “usando termos como a catarse, cena, metáfora, edípico e outros”.
Ainda no entender de Birman, a própria interação entre paciente e analista remeteria a uma “encenação”.
A peça “Corpo”, em cartaz em São Paulo até 15 de fevereiro, torna esta convergência ainda mais nítida. A inspiração vem da própria obra freudiana, especificamente de um artigo, “O Inquietante”, onde o pai da Psicanálise aborda a sensação de estranhamento que algumas obras literárias conseguem provocar em seus leitores.
Com base nesta ideia, cinco autores desenvolveram as cinco cenas que integram o espetáculo, visando reproduzir o efeito descrito por Freud.
A montagem tem a direção de Marcos Gomes e Lucas Mayor, que também assinam os textos ao lado de Carla Kinzo, Fernanda Rocha e Silvia Gomes e está em cartaz no Teatro Cemitério dos Automóveis (rua Frei Caneca, 385 – Consolação) aos sábados (21:00) e domingos (20:00), com entrada a R$40,00.