Jéssica Kuhn comenta “Perfume de mulher”

Publicado dia 18 de junho de 2020
i-PSIne 🎬: “Perfume de mulher”
Nacionalidade: Estados Unidos
Ano: 1992
Direção: Martin Brest
Gênero: Drama
Duração: 2:36
Plataforma: Netflix, Now
 
O amargurado Frank Slade (Al Pacino), um tenente-coronel aposentado por invalidez após ter ficado cego, enquanto alimenta seu desejo por suicídio resolve viajar para Nova York. O jovem Charlie Simms (Chris O’ Donnell) é então contratado pela família para ser seu acompanhante terapêutico. O plano de Frank era ter um final de semana inesquecível antes de morrer. E durante a viagem, ele começa a se interessar pelos problemas do jovem, esquecendo um pouco de sua infelicidade.
 
 
 
O olhar da Psicanálise sobre o filme revela um personagem turbulento com ideação suicida e um jovem hesitante enfrentando vários problemas pessoais.
Se para Wilfred Bion, psicanalista britânico, a unidade do ser humano é o par, o filme mostra que mais do que o par homem-mulher, o que importa é o par formado por duas mentes. Nesse caso, duas vidas que nada têm em comum – mas será mesmo? O filme mostra a relação que vai sendo construída entre essas duas vidas opostas e a esperança de darmos sentido à vida.
Outra questão que se apresenta para a Psicanálise é a da mulher (como nas propagandas de perfume) esplendorosa e avassaladora em sua onipotência, mas que representa e se apresenta para o espectador como a fantasia – visão do histérico, que simula um gozo infinito, impossível de realizar-se.
Com atuação marcante de Al Pacino, que ganhou merecidamente o seu primeiro Oscar de melhor ator naquele ano, o filme tem duas cenas memoráveis e icônicas: a do tango no restaurante e a do personagem principal dirigindo uma Ferrari.