Jéssica Kuhn indica “De gravata e unha vermelha”
Publicado dia 11 de novembro de 2021
i-PSIne 🎬:
“De gravata e unha vermelha”
Nacionalidade: Brasil
Ano: 2015
Direção: Miriam Chnaiderman
Gênero: Documentário
Duração: 01:20
Plataforma: Globoplay
Em fevereiro de 2015, o Facebook passou a permitir que os próprios usuários definissem sua identidade de gênero. A iniciativa não foi inédita, antes dele, Google+ e Tumblr já haviam feito isso. Diversidade de gênero, eis justamente a questão principal do documentário “De gravata e unha vermelha”, vencedor do Prêmio Felix no Festival do Rio 2015, que impressiona pela quantidade, variedade e simplicidade dos relatos apresentados.
O documentário brasileiro dirigido pela psicanalista e cineasta Miriam Chnaiderman foi inspirado em Laerte, que aos 60 anos passou a apresentar-se como mulher e a contestar o binarismo de gênero em suas entrevistas aos jornais e revistas.
Pelo documentário passam figuras bastante conhecidas do meio artístico brasileiro, como Rogéria, Ney Matogrosso e Banda Uó, que se misturam a outras anônimas, pessoas comuns que vivem em seus corpos o questionamento do que é ser homem e do que é ser mulher
“De gravata e unha vermelha” transita por temas como o uso (ou não) de hormônios, a necessidade (ou não) de fazer a operação de mudança de sexo e a manutenção (ou não) do nome original. É grande o número de entrevistados, e em alguns momentos sentimos falta de um maior aprofundamento na questão levantada.
Para a psicanálise, a sexualidade não equivale ao sexo biológico (aos órgãos sexuais feminino ou masculino). É muito mais complexa do que isso e se distancia do conceito da biologia, uma vez que abrange toda a vida psíquica, em constante movimento no indivíduo e na cultura.
Assim, o conceito de sexualidade em psicanálise não pode ser abordado em uma perspectiva reducionista. E precisa ser compreendido pelo valor que lhe cabe ao proporcionar a compreensão do sujeito em toda sua amplitude.
O diferente, aqui, é normal. Mas “diferente” e “normal” aos olhos de quem? Uma pergunta que confunde, pois depende da perspectiva de quem vê. E até por isso talvez fique sem resposta. Isso, de fato, não importa. E que o respeito às diferenças e o amor ao próximo supere o medo do que é diverso de si (mesmo).
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