Maria Zélia Brito de Souza indica “Maid”

Publicado dia 25 de novembro de 2021

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“Maid”
Nacionalidade: Estados Unidos
Ano: 2021
Direção: Molly Smith Metzle
Gênero: Comédia dramática
Duração: 00:47 a 01:00 (dez episódios)
Plataforma: Netflix

“Maid” retrata a história vivenciada pela escritora Stephanie Land e apresentada em seu livro, “Maid: hard work, low pay and a mother’s will to survive” (“Faxineira: trabalho duro, salário baixo e a vontade de uma mãe para sobreviver), best seller onde ela relata como foi viver na linha da pobreza, lutando para criar a fiha, e fugindo de um relacionamento abusivo.

A trama adaptada para a série traz em seu elenco a atriz Margaret Qualley no papel de Alex, que deixa para trás um relacionamento abusivo e, para sobreviver, encontra um emprego como faxineira.

A série comovente traz temas muito importantes que vão se desenrolando em torno da personagem principal, seu marido, Sean Boyd, representado pelo ator Nick Robinson, e sua mãe Paula Langley, interpretada pela própria mãe da personagem principal, Andy Macdowell, que atua brilhantemente ao lado da filha pela primeira vez, encarnando uma personagem complexa e com muitos dramas psicológicos.

Além da relação de mãe e filha das duas atrizes adultas principais, uma relação também chama a atenção na série, a de Alex (Margaret Qualley) e Maddy, a filha de cinco anos da personagem, interpretada pela atriz mirim Rylea Nevaeh.

A relação de afeto entre as duas personagens transparece na tela, resultado de um trabalho preparatório que antecedeu as gravações, onde Qualley levava Nevaeh para sair, brincar no parquinho, preparar panquecas, em geral atividades que as duas iriam vivenciar nas gravações.

O resultado não poderia ser diferente, pois as ligações de afeto entre as atrizes resultaram em interpretações brilhantes e comoventes, levando o público a se apaixonar pela série.

A trajetória de Alex traz reflexões importantes em torno, principalmente, do que chamamos e identificamos como relacionamento abusivo. Como na vida real, a série apresenta o quanto é difícil a identificação quando uma pessoa está de fato, sofrendo uma situação como esta.

O mais interessante na série é que abusadores e abusados, na realidade, são vítimas de contextos de opressão, o que nos faz compreender a dimensão humana de ambos os lados, e o quanto é importante o processo de cura de um dos envolvidos, quebrando um ciclo vicioso entre opressor e oprimido.

O abuso psicológico é considerado tão prejudicial quanto a violência física e é responsável por uma série de transtornos mentais, como depressão, ansiedade, síndrome do pânico e estresse pós-traumático, evidenciado na série com a sigla – TEPT – TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO).

Para finalizar, além das brilhantes interpretações dos atores, a forma comovente como é contada a trama, “Maid” traz ainda um verdadeiro processo de cura através da trajetória da personagem Alex, partindo desde a negação, passando pelo enfrentamento, pelos questionamentos que surgem, pela culpa, pela ilusão de tentar novamente, pelo reconhecimento de descobrir que precisa de terapia, pela descoberta da sua força interior, pela busca de si mesmo, até chegar o momento do fortalecimento e de novas possibilidades.

Além de tudo isto, “Maid” conta história de seres humanos, onde não existem vilões, existem pessoas que vivem seus dramas pessoais, erram, acertam, machucam os outros, amam, enfim, são simplesmente humanos, e é por isto que agrada tanto.

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