Schnitzler, o autor que elaborou na ficção o que Freud estudava na ciência
Publicado dia 16 de dezembro de 2019
• “Contos de Amor e Morte”
Autor: Arthur Schnitzler
Editora: Companhia das Letras
Uma sequência de 22 contos ambientados na Viena imperial e burguesa da virada do século XIX para o XX, onde o autor descortina de forma magistral as profundezas da alma humana. Eis um ótimo ponto de partida para conhecer a obra – e a mente – de Arthur Schnitzler.
Contemporâneo de Freud, Schnitzler é um dos grandes nomes da literatura vienense do final do século retrasado. Nascido em 1862, filho de um médico ilustre, estudou medicina e trabalhou com hipnose antes de abandonar a carreira para se dedicar à literatura. Consagrado por seus dramas psicológicos, morreu em 1931.
Embora tenham convivido pouco, há muitas convergências no trabalho de ambos, e os dois reconheciam isso. Schnitzler se via como um “irmão gêmeo” de Freud. Freud, aliás, numa carta que escreveu a Schnitzler, afirmou: “Cheguei à conclusão de que o senhor sabe por intuição – é verdade que devido a uma aguda observação de si mesmo – tudo que descobri depois de fatigantes trabalhos com outros homens”. Há quem diga que Freud descrevia seus casos clínicos como se escrevesse um romance, enquanto Schnitzler em seus livros analisava a psique dos personagens.
Schnitzler é também o autor de “Breve Romance de Sonho”, que ganhou uma versão filmada por Stanley Kubrick, que no Brasil recebeu o título : “De Olhos Bem Fechados”.